Recentemente, o Brasil
conquistou o privilégio de abrigar uma das sete maravilhas do mundo
contemporâneo com a eleição que indicou o Cristo Redentor. Esse conhecido
cartão postal foi concebido há mais de setenta e cinco anos e marca uma
interessante época de nossa história. De fato, a ideia de se construir um
Cristo na capital do país (na época, Rio de Janeiro) já era conhecida desde o
século XIX, quando o padre Pierre-Marie Bos fez a sugestão para a princesa
Isabel.
O projeto só veio a retomar
fôlego no começo da década de 1920, quando as comemorações pelo centenário da
independência brasileira se aproximavam. Após a realização de uma grande
assembleia, o morro do Corcovado foi definitivamente escolhido para abrigar a
suntuosa imagem sacra. Depois disso, um grande abaixo-assinado conseguiu fazer
com que o presidente Epitácio Pessoa liberasse o início das obras.
O custo desse empreendimento,
em valores atuais, foi de aproximadamente nove milhões de reais. Através de
intensas campanhas de arrecadação, um dos mais conhecidos pontos turísticos do
mundo foi ganhando forma. Além da contribuição financeira, devemos também
destacar que a execução do Cristo Redentor também contou com o esforço de
vários trabalhadores voluntários e projetistas entusiasmados com esta grande
realização.
Um primeiro projeto, concebido
pelo engenheiro Heitor da Silva Costa, imaginava a construção de um Cristo
carregando uma cruz e portando um globo em uma de suas mãos. Contudo, a ideia
de se fazer o messias com seus braços abertos, concebida por Carlos Oswald, foi
aprovada pela população carioca. Depois disso, a força de trabalho de vários
homens foi empregada, sendo que nenhum acidente ou morte foi registrado durante
a construção.
Após a concepção de todos os
moldes de gesso, a estrutura feita foi executada a partir do uso de concreto
sobre tela de aço. A pedra-sabão reveste toda a parte externa do Cristo, já que
o material – mesmo sendo extremamente frágil – consegue resistir às intempéries
provocadas pela variação do tempo e da temperatura. Os moldes foram
encomendados ao escultor francês Maxmillien Paul Landowski, que concebeu cada
uma das partes da estátua na Europa.
Para transportar todo aquele
material, os construtores reuniam todas as peças na Igreja de Nossa Senhora da
Glória, no Largo do Machado. Para chegar ao Corcovado, as placas de gesso eram
transportadas pelos vagões do trem que cortava a Estrada de Ferro do Corcovado,
construída em 1884, e pioneiramente movida através da utilização da energia
elétrica. O mosaico de pedra-sabão colocado na superfície foi resultado do
trabalho de várias donas de casa que talhavam pequenas peças de formato
triangular.
De forma um tanto irônica, a
obra do Cristo Redentor não foi inaugurada pelas autoridades oligárquicas que
predominavam no período da concepção do projeto. No dia 12 de outubro de 1931,
o líder da Revolução de 1930, Getúlio Dornelles Vargas, acionou o sistema de
iluminação inaugural. Inicialmente, a intenção era acionar as luzes por meio de
um sistema telegráfico sem fio, mas o mau tempo não permitiu que tal ideia
fosse colocada em prática.
Fonte: http://www.alunosonline.com.br/ Pesquisa/Montagem/Edição: +JF Hyppólito 👈