1987–1990: Windows 2.0–2.11


O Windows 2.0 foi lançado no final de 1987. Em minhas pesquisas, a data exata de seu lançamento foi muito conflitante, com umas fontes dizendo que havia sido em outubro, outras em novembro e ainda outras afirmando que aconteceu em dezembro. Portanto, para todos os efeitos eu assumirei que foi no final de 1987. Assim como seu antecessor (Windows 1.0x), esta nova versão também era um sistema de 16 bits. No entanto, ela trouxe grandes melhorias em relação à versão anterior. O gerenciamento de memória fora melhorado monstruosamente. Agora o Windows podia usar a memória expandida.

Lembra que eu falei que o MS-DOS na época só suportava 1 MB de aplicações? Os sistemas que atuavam no “modo real”, como o Windows 1.0, usavam apenas a memória física disponível. Isso quer dizer que desses 1 MB, apenas 640 KiB eram usados pelos softwares. Os outros 384 KiB eram reservados para a BIOS, memória de vídeo, placas de expansão e conexão de periféricos, como mouses e teclados. Com um esquema de comutação de bancos, era possível usar uma parte daqueles 384 KiB para programas. No início, era possível usar apenas 64 KiB, mas depois esse espaço aumentou um pouco mais. Não era muita memória, mas para programas corporativos, como planilhas eletrônicas e gerenciadores de banco de dados, essa memória a mais era muito bem-vinda. Esse esquema era chamado de EMS (Expanded Memory Specification), mas por vezes era também chamado de LIM EMS, já que essas especificações foram desenvolvidas por três empresas: Lotus Software, Intel e Microsoft.

Além da memória expandida, o Windows 2.0 melhorou também a interface gráfica. Agora era possível sobrepor janelas. Mesmo que no Windows 1.0 isso já fosse possível, sua implementação seria feita à duras penas, já que as placas gráficas da época não eram tão potentes. Mas no Windows 2.0 esse recurso era executado sem maiores problemas. Nesse ponto, os termos “iconizar” e “zoom” foram alterados para os até hoje usados “Maximizar” e “Minimizar”, com os botões para estas ações sendo colocados em cada janela. 


Além disso, houve a introdução dos famosos e úteis atalhos de teclado, para realizar algumas tarefas. Com esta nova versão a Microsoft abriu as portas para que programadores pudessem escrever softwares para o sistema, dando início a uma leva de novas aplicações para o Windows. O Windows 2.0 não necessitava de um disco rígido para ser usado. Ele rodava diretamente dos disquetes, que por sinal eram 08. Oito disquetes de 5,25″ com 360 KB cada um.


Menos de um ano depois, em 27 de maio de 1988, foi lançado o Windows 2.1. Ele foi lançado em duas versões especiais, batizadas de Windows/286 e Windows/386. Essas versões traziam recursos especiais e melhor desempenho nos processadores da Intel 80286 e 80386, daí a nomenclatura do sistema operacional. E pela primeira vez na história o Windows exigia um disco rígido para ser instalado.

O Windows/286 melhorou ainda mais o uso da memória. Lembra da memória expandida? Então, através do driver HIMEN.SYS a Microsoft conseguiu expandir ainda mais essa memória, permitindo que os softwares tivessem mais RAM. A natureza segmentada dos programas do Windows favoreceu ainda mais ao EMS. Desta forma, a Microsoft incentivou os usuários a definirem apenas 256 KB como sua memória principal, deixando os endereços que iam de 256 até 640 KB livres para o mapeamento dinâmico da memória EMS. Achei este fato muito interessante. Outra curiosidade é que o Windows/286, apesar do nome, não rodava apenas nos processadores Intel 80286, mas também nos antigos chips 8086 e 8088. Assim, aos poucos foram surgindo computadores com estes chips equipados com o Windows/286.


O Windows/386, por sua vez, era muito mais avançado que seu irmão. Uma das coisas que ele permitia, era a execução do sistema em Modo Protegido, também conhecido como Modo de Segurança. O sistema simulava uma máquina virtual 8086, sobre a qual eram executados a interface gráfica e os aplicativos. Antes disso, o Windows suspendia as aplicações que não estavam sendo usadas, para economizar processamento e memória. Com a introdução desta máquina virtual, muitas aplicações do MS-DOS podiam continuar rodando em paralelo, mesmo quando o sistema estivesse rodando sobre o processador 80386. Para isso, era necessário que houvesse memória física disponível, é claro. O EMS também era suportado pelo Windows/386, mas de forma melhorada. Devido ao processador 80386, os programas podiam usar mais que 640 KB de memória.


Ainda houve uma última versão do Windows 2.0, foi a 2.11. Ela foi lançada tanto para o Windows/286 quanto para o Windows/386, em 13 de março de 1989. Ela trouxe algumas pequenas melhorias e correções, além de melhorar ainda mais o gerenciamento de memória. Além disso, ela atualizou os drivers para impressoras da época. Essa versão foi sucedida pelo Windows 3.0, em maio de 1990. O suporte para todas as versões do Windows 2.0 acabou também em 31 de dezembro de 2001. Foram 14 anos de suporte por parte da Microsoft.

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