As teorias do assassinato de Kennedy


A morte de John Fitzgerald Kennedy, um dos mais famosos presidentes dos Estados Unidos, completou 50 anos no dia 22 de novembro de 2013. O carrasco oficial de JFK é Lee Harvey Oswald, o franco-atirador que realizou os disparos fatais durante um evento público do presidente em Dallas, no Texas. Mas teorias conspiratórias dão conta de outros possíveis envolvidos no caso, entre eles agentes do governo, Cuba e até a máfia.

Eventos significantes anteriores à morte de Kennedy em 1963 foram usados de base para estas teorias -- que, em sua maioria, foram ignoradas pelas investigações. As teorias aqui selecionadas são consideradas as mais plausíveis, visto que umas enxurradas de outras teses foram criadas desde a época.

Veja a seguir quais são elas.


1. Lee Harvey Oswald


A pessoa mais conhecida associada à morte de Kennedy foi Lee Harvey Oswald, um ex-fuzileiro americano que desertou para a União Soviética em 1959, retornando aos EUA em 1962. A investigação final do caso aponta que Oswald agiu sozinho. Porém, muitos americanos sempre acreditaram que ele agiu a mando de alguém.

Pouco se sabe sobre o depoimento de Oswald -- ele foi morto a tiros dois dias após a morte do ex-presidente pelo dono de uma boate em Dallas Jack Ruby e havia negado envolvimento no ataque quando recebeu provas que ele não conseguiu explicar.


2. A máfia - Salvatore ‘Sam’ Giancana


O gângster americano Salvatore ‘Sam’ Giancana teria angariado cerca de 10 mil votos para JFK nas eleições de 1960, tendo realizado um papel decisivo para a vitória de Kennedy sobre Nixon. Já presidente, Kennedy criou um Departamento de Justiça especial para fechar o cerco ao crime organizado.

Muitos viram a medida como uma 'facada nas costas' da máfia, que tinha ajudado Kennedy a se eleger. Este teria sido um dos principais motivos do suposto envolvimento de Giancana no caso, além de uma mulher: Judith Exner, que era amante de ambos


A máfia - Carlos Marcello


Carlos Marcello, chefe do crime em Nova Orleans, também é apontado no caso. Em março de 1959, Marcello foi investigado por um comitê do Senado americano que tinha Robert Kennedy, irmão do presidente, como líder. No ano seguinte, o gângster doou meio milhão de dólares para a campanha de Richard Nixon, rival de JFK.

A investigação oficial apontou que, apesar de Marcello ter motivações para querer ver o presidente morto, não havia indícios de sua participação


3. Lyndon B. Johnson


Antes da eleição presidencial de 1964, o secretário pessoal do candidato à vice-presidência pelo partido Democrata, Lyndon B. Johnson, foi envolvido em um escândalo de corrupção nos contratos do governo. Apesar de as acusações não atingirem Johnson, sua imagem ficou prejudicada e rumores davam conta de que ele seria retirado da chapa com Kennedy. O rumor não se concretizou e interlocutores diziam que Johnson passou a enxergar Kennedy como o único obstáculo para alcançar a presidência dos EUA.

Johnson era visto como um homem impositivo, que não poupava esforços para atingir seus objetivos. Robert, irmão de JFK, costumava chamar Johnson de 'vil, amargo, cruel -- um animal em muitos sentidos'. Logo após o morte de Kennedy, Johnson fez o juramento de posse ainda a bordo do avião presidencial (na imagem).


4. Cubanos anticastristas e a CIA

No dia 17 de abril de 1961, a CIA (o serviço secreto americano) organizou uma tentativa frustrada de invadir o sul de Cuba por forças de exilados cubanos anticastristas no que ficou conhecido como a Invasão da Baía dos Porcos.

Fidel Castro mantinha um forte relacionamento com a União Soviética em plena América durante a Guerra Fria.

O fracasso da operação causou dor de cabeça para Kenendy, que expressou sua vontade de 'cortar a CIA em pequenos pedaços e jogá-la ao vento'. O presidente se deu conta que o órgão tinha muito poder e que agia fora do controle da Casa Branca.


Em 1962, após a chamada Crise dos Mísseis -- quando a União Soviética instalou mísseis em Cuba para supostamente evitar um novo ataque americano --, Kennedy chegou a um acordo com os soviéticos. Segundo teorias conspiratórias, os exilados cubanos se sentiram traídos pelo presidente.


Paralelamente, Kennedy demitiu funcionários da CIA, entre eles o diretor do órgão, Allen Dulles. Coincidentemente, Allen Dulles foi nomeado por Johnson como um dos membros da comissão que investigou o assasinato do ex-presidente. A nomeação alimentou os rumores do envolvimento de Dulles no homicídio, já que ele selecionava os dados sigilosos que seriam vistos pelos demais membros do comitê


5. Mais de um atirador envolvido













De acordo com as investigações, o presidente Kennedy foi atingido por trás por uma bala disparada do sexto andar de um depósito de livros da Texas School, enquanto ele desfilava com sua comitiva em um carro aberto. O primeiro tiro atingiu a parte superior de suas costas, passando pelo pescoço -- após atingir sua coluna e o alto do pulmão direito -- e saiu logo abaixo da laringe. A mesma bala atingiu posteriormente o governador Connally, que estava sentado em frente e ficou gravemente ferido. A segunda bala, também disparada por trás, atingiu a cabeça do presidente.


As teses conspiratórias defendem que mais de um atirador participou do assassinato e que os tiros foram dados pela frente. Se a bala tivesse sido disparada por trás, defendem, o ângulo teria sido diferente e a bala não poderia ter entrado pelas costas e saído polegadas acima, pela garganta, e ainda atingir Connally

Imagens gravadas no momento exato dos tiros mostram a cabeça de Kennedy pendendo para atrás logo após ser baleado. Além disso, a primeira-dama Jackie Kennedy subiu na traseira do automóvel para recuperar parte do crânio do marido, em mais uma evidência de que os tiros foram disparados pela frente e não por trás.

O primeiro médico que atendeu Kennedy, dr. Malcolm Perry, afirmou três vezes em uma coletiva de imprensa que a ferida no pescoço do presidente era a 'entrada' e não a 'saída' da bala. Porém, após ser interrogado pela comissão que investigou o crime, ele voltou atrás e disse que a ferida teria sido causada pela saída da bala. Dr. Perry foi perseguido por jornalistas, mas ele os evitava e raramente comentava sobre o assunto.


O médico morreu em 12/2009 após um câncer de pulmão, deixando o mistério no ar.